Por que a cervejinha pode atrapalhar seu resultado?
Nossa querida Cervejinha estupidamente gelada e paixão nacional…é caso de estudos e no final: beber cerveja faz bem ou mal à saúde?
Ouvimos que Cerveja dá barriga, Cerveja é diurética, Cerveja faz bem, Cerveja faz mal, Cerveja vicia…
Assim como grande parte dos alimentos, há estudos sobre possíveis efeitos benéficos ou maléficos que a cerveja desencadeia no organismo.
Recentemente a literatura aponta que o consumo moderado de álcool, pode reduzir o risco de mortalidade , isso devido à propriedades fitoestrogênicas da cevada e lúpulo usados na produção da mesma, ainda previnem a ocorrência de doenças cardiovasculares.
Uma pesquisa recente, comprovou que tomar um copo de cerveja por dia há diminuição do risco de diabetes e hipertensão, a bebida contém ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio, nutrientes que protegem o sistema cardiovascular.
Mas cerveja dá barriga? Sim…Um copo de cerveja tipo Pilsen, possui aproximadamente 280 calorias. Imagine acompanhada por aperitivos como salgadinhos e frituras…. Isso tudo são calorias extras ingeridas, que no final da conta do balanço calorico do dia, excede e se transforma em gordura!

FISIOLOGICAMENTE O QUE OCORRE NO ORGANISMO AO INGERIR CERVEJA?
A intenção é se refrescar em um dias quentes, por isso tem que ser “estupidamente gelada”. Mas, preste atenção:
O malte da cerveja é de natureza quente, é um alimento altamente calórico e termogenico, produz calor interno.
A cerveja foi trazida ao Brasil pelos europeus e é tomada na Europa sem gelo, para aquecer o organismo devido ao clima frio local. Nosso clima, principalmente nas regiões mais secas, é impróprio para o consumo de cerveja pois:
1- Ao ingerir cerveja gelada, há sensação de saciedade da sede por reduzir o calor interno, devido à temperatura artificial do líquido.
2- Atingindo o estômago, é dissipada por ação do calor local (temperatura estomacal em torno de 37,5°C). O ácido hidroclorídrico (HCl) presente no lúmen estomacal, torna o pH próximo de 1,4, iniciando o processo de digestão dos componentes da cerveja.
3- Nessa temperatura, o princípio ativo quente do alimento passa a gerar calor interno. O calor é absorvido pelo sangue, passando pelo hipotálamo. Há dissipação do calor residual (em excesso), ativando a vasodilatação periférica e a sudorese.
4– Com a perda da água, para eliminar o calor indesejável gerado pela cerveja, o hipotálamo ativa a sede como se fosse recuperar os líquidos que estão sendo perdidos nesse processo.
5– Com a sede estimulada, é necessário consumir mais cerveja para saciá-la. Então gerará mais calor residual e a cada vez que ingerir mais cerveja, haverá mais vasodilatação periférica e mais sudorese, impedindo o organismo de manter a normalidade fisiológica sem perdas críticas.
6- Piorando, o álcool, inibe o hormônio antidiurético (HAD), para eliminar o álcool tóxico do sangue, reduzindo o conteúdo líquido interno (urina e suor) e gerando cada vez mais calor residual a cada cerveja ingerida. (desidratação)
Após a primeira ida ao banheiro é difícil parar de sentir vontade de urinar,isso debilita o organismo. Então entra em ação o Sistema de Compensação Interna (SCI), sinalizando sintomas mais ou menos críticos, em função da quantidade de cerveja ingerida.
E para nosso resultado de hipertrofia ou definição muscular?
Como vimos, a cerveja leva à forte estado de desidratação, isso colabora com a perda de importantes vitaminas hidrossolúveis (C e Complexo B) e minerais como Cálcio, Zinco e Magnésio, que estão ligados com o trabalho de contração e recuperação muscular.
Por ser fermentada, leva à formação de gases com consequente distenção abdominal (formação da barriguinha).
Com a perda de líquidos, a concentração de toxinas no sangue aumenta rapidamente, ainda leva o indivíduo à um estado de hipoglicemia.
O consumo de álcool também diminui a síntese proteica, pois os níveis de TESTOSTERONA caem enquanto AUMENTA a produção de ESTROGENOS, resultando em menos massa muscular.
Uma bebida ocasional não é problema, mas NÃO vamos correr o risco de perder nossa massa magra! Beber sempre com muita cautela e moderação!
Referencias
HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
MAHAN, L.K; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11ed. São Paulo: Roca, 2005. – CHEMIN, S.M.S.S.; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2008.
